Dia da Defesa da Fauna acende um alerta pela preservação da vida animal no Cerrado
O Dia Mundial da Defesa da Fauna é comemorado anualmente em setembro. Mas, do que em uma única data em homenagem à biodiversidade presente no Brasil, as discussões sobre a responsabilidade compartilhada na preservação da vida animal e de seus habitats naturais devem ser cotidianas.
O Brasil é reconhecido mundialmente por abrigar uma das maiores biodiversidades do mundo. Com uma pluralidade de solo, relevo e temperaturas, o país se divide em 6 biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal. O Cerrado é o segundo maior no território nacional, sendo considerado a savana mais rica do mundo.
Vida ameaçada
De acordo com o levantamento “Contas de ecossistemas: espécies ameaçadas de extinção no Brasil”, divulgado em 2023 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 1.253 espécies animais ameaçadas de extinção. Destas, 405 são catalogadas no Cerrado. Esse é o segundo maior número entre os biomas brasileiros, ficando atrás apenas da Mata Atlântica.
Com a expansão de zonas urbanas e agrícolas, os habitats naturais desses animais são cada vez mais afetados pela interferência humana. Entre as causas que colocam em risco a existência das espécies, podem ser citados o desmatamento, as queimadas, a caça predatória, o tráfico de animais e o aumento da poluição.
A Lei de Crimes Ambientais (Lei Nº 9.605/98) protege a fauna silvestre, nativa ou em rota migratória de caça, perseguição ou uso sem o devido licenciamento. Dessa forma, a conscientização da população é um pilar importante para a reversão do quadro alarmante de perda de espécies.
Nesse mesmo contexto, médicos-veterinários e zootecnistas se apresentam como agentes essenciais para guiar as mudanças de atitude. As ações para a preservação da vida animal vão desde a produção sustentável até a criação de políticas públicas para o combate da crueldade, cárcere e venda ilegal de espécies.
É importante ressaltar que a saúde dos animais, dos seres humanos e do meio ambiente são diretamente interligadas e formam Uma Só Saúde. Cada ser vivo desempenha uma função essencial para o equilíbrio do ecossistema em que está inserido. Com a perda de espécies, o meio-ambiente entra em um estado de fragilidade, com maior suscetibilidade para o surgimento de doenças e aumento da insegurança alimentar. Dos insetos aos grandes mamíferos, lutar pela saúde da fauna é lutar pela saúde de todos!
Momento de agir
Profissionais da Medicina Veterinária e da Zootecnia atuam na linha de frente da defesa da fauna. Mas essa missão não é apenas deles: o engajamento de toda a sociedade é fundamental para que a preservação da vida animal seja uma realidade no Cerrado e em todos os biomas do país.
O mês de destaque para a defesa da fauna é um convite à reflexão e, sobretudo, à ação. Em seu cotidiano, não consuma produtos ilegais, denuncie crimes ambientais e apoie iniciativas de conservação. Essas atitudes ajudam a transformar o futuro da nossa biodiversidade.
