Leishmaniose Visceral Canina
18 de setembro de 2017 – Atualizado em 23/10/2024 – 11:38am
O I Encontro Goiano de Leishmaniose Visceral Canina aconteceu
dia 31 de agosto, no auditório do CRMV-GO, com a participação de várias
autoridades. O evento foi uma iniciativa da Comissão de Saúde Pública do
CRMV-GO. Goiás registra a média de 1 cão
para cada 6 humanos, ou seja, são mais de 1 milhão de cachorros espalhados
pelos 246 municípios goianos. A Leishmaniose Visceral Humana tem uma taxa de
letalidade de 7,8% no Brasil. A doença está espalhada pelas cinco regiões do
país e é considerada a enfermidade mais negligenciada mundialmente e a zoonose
mais emergente em grande parte do país, sem perspectivas de controle.
Só em 2015, foram registrados mais de 3,2 mil casos em
humanos no Brasil. Em 2017, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás registrou
37 casos de Leishmaniose Visceral Humana (LV) no Estado, inclusive um óbito. A
LV, também conhecida como calazar, é uma zoonose de transmissão vetorial com
ampla distribuição podendo ser fatal, quando não tratada.
Atualmente
existe uma vacina antileishmaniose visceral canina em comercialização no Brasil
pela Ceva. Já para tratamento do animal existe o Milteforan, da Virbac. É bom
lembrar que não existe cura parasitológica
estéril para a Leishmaniose Visceral Canina. O declínio da carga parasitária,
com o Milteforan, reduzirá o potencial de infecção dos flebotomíneos e,
consequentemente, a transmissibilidade da doença. Assim, a cada quatro meses, o animal em tratamento deverá
retornar ao médico veterinário para uma reavaliação clínica, laboratorial (pelo
proteinograma) e parasitológica (pelas citologias de linfonodo e medula óssea).
Se necessário, um novo ciclo de tratamento deverá ser indicado.
A Méd. Vet. Sonaide Faria Ferreira Marques, Técnica da
Coordenação de Zoonoses da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) e também uma
das palestrantes do I Encontro Goiano de Leishmaniose Visceral, vai abordar o
assunto com mais profundidade no Suplemento Técnico a ser veiculado na próxima
edição do informativo oficial do CRMV-GO, o Quirão, edição de dezembro. Fique atento às orientações importantes sobre
essa zoonose que atinge todo o país.
Os médicos veterinários, ao suspeitarem de um caso,
especialmente nas clínicas veterinárias, devem informar imediatamente as
autoridades de saúde pública de seu município ou Estado, lembrando que os casos
de Leishmaniose Visceral Canina antecedem os casos de Leishmaniose Visceral Humana.
Esta comunicação deve ser feita aos Núcleos de Vigilância
Epidemiológica das secretarias municipais de saúde, às Unidades Municipais de Vigilância
de Zoonoses, antigamente denominados CCZs (Goiânia, Anápolis, Luziânia, Rio
Verde, Itumbiara, Porangatu, Jataí e Aparecida de Goiânia) e à Coordenação
Estadual de Zoonoses.
Para mais informações, os profissionais podem entrar em
contato com a Coordenação Estadual de Zoonoses da SES-GO: Telefone (62) 3201-2683
ou zoonoses.go.gov@gmail.com.