Mormo: Recomendações sanitárias e legais
4 de março de 2024 – Atualizado em 23/10/2024 – 11:41am
Doença de elevado impacto econômico pode ser combatida a partir de educação sanitária.
O Mormo é uma zoonose altamente contagiosa e fatal que atinge os equídeos (cavalos, mulas, burros e jumentos). É causada por um bacilo gram-negativo, aeróbio, não esporulado e imóvel, classificado de Burkholderia mallei, transmitida entre os equídeos pela água, alimentos contaminados e principalmente pelo contato direto de animais contaminados (normalmente assintomáticos) com animais sadios em eventos equestres.
Em Goiás, a doença tem elevado impacto econômico, considerando o grande plantel de equídeos e suas diversas formas de utilização. Nesse sentido, a Agrodefesa (Agência Goiana de Defesa Agropecuária), em consonância com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), desenvolve ações de educação sanitária, estudos epidemiológicos, fiscalização e controle do trânsito de equídeos, cadastramento, fiscalização e certificação sanitária de estabelecimentos, bem como intervenção imediata quando da suspeita ou ocorrência de doença de notificação obrigatória.
Outra medida recomendada é que todos os equídeos existentes na propriedade onde ocorre o Mormo sejam submetidos a diagnósticos, com o objetivo de sanear o plantel. A Agrodefesa recomenda também aos criadores que atendam às recomendações legais de prevenção e controle do problema. O transporte de animais deve estar sempre acobertado de Guias de Trânsito Animal e, de acordo com a finalidade, dos exames negativos de Anemia Infecciosa Equina e Mormo, juntamente com atestado de vacinação contra Influenza Equina – previsto na Instrução Normativa Ibama n° 06/2015 (carência de 15 dias após aplicação da vacina).
A propriedade na qual for registrado foco de Mormo só será liberada após a realização de dois exames consecutivos com resultados negativos para todos os equídeos existentes no imóvel. Por se tratar de uma zoonose, que pode ser transmitida do animal para o homem, a Agrodefesa também comunica os focos à Secretaria Estadual da Saúde para tomar as providências em relação às pessoas que possam ter tido contato com o animal, conforme prevê a legislação.
Sinais clínicos em equídeos
Normalmente, animais contaminados são assintomáticos, mas podem apresentar:
Febre;
Tosse, corrimento nasal e feridas nas narinas;
Inchaço nos membros;
Caroços ou feridas na pele dos membros, da cabeça, do pescoço e do costado;
Emagrecimento progressivo;
Fraqueza e prostração.
O Conselho Regional de Medicina Veterinaria do Estado de Goiás (CRMV-GO) reforça que em casos de confirmação de mormo, os animais contaminados devem ser submetidos à eutanásia, visto que a doença não tem cura e essa é a única forma de controle.
Além disso, o mormo é uma doença de notificação imediata, conforme a Instrução Normativa/Mapa n° 50/2013. Em Goiás, qualquer caso suspeito deve ser notificado à Agrodefesa.
Fontes: Agrodefesa, Ministério da Saúde, Mapa e CFMV.