Animais de Laboratório
5 de junho de 2018 – Atualizado em 23/10/2024 – 11:38am
O 15°
Congresso da Sociedade Brasileira da Ciência em Animais de Laboratório (SBCAL)
e o Congresso International Council for Laboratory Animal Science serão realizados, de 16 e 19 de
junho, no Centro de Eventos da Universidade Federal de Goiás
(UFG), em Goiânia-GO. O
evento tem o apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás
(CRMV-GO). Segundo a médica veterinária, professora
Dra. Ekaterina Akimovna Botovchenco Rivera, presidente do SBCAL e também
da Comissão de Bem-estar Animal do CRMV-GO, essa é
uma área carente de profissionais qualificados, mesmo com a Lei 11.794/08
(Lei Arouca, que completa 10 anos este ano), que rege a experimentação animal e que exige a presença
de profissionais capacitados para exercerem a função de responsáveis técnicos
(RTs) nesses locais.
Hoje, cerca de 60% dos
animais usados em pesquisa são ratos e camundongos e 22% são aves. Esses animais
são importantes fontes de estudo e pesquisas para o desenvolvimento de vacinas,
como a recente vacina contra a dengue lançada pela Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) e novas descobertas para a cura ou controle de doenças na medicina e
medicina veterinária.
Para Ekaterina, é preciso que
o médico veterinário ou zootecnista que trabalha na área de ciência de animais
de laboratório faça uso ético dos seres vivos usados em pesquisas, sempre
pesando os benefícios desse trabalho para a sociedade, evitando causar efeitos
adversos nos animais. A meta da Ciência de Animais de Laboratório é ajudar os
pesquisadores a realizar pesquisas biomédicas e agrárias sempre pensando no
bem-estar dos animais e na obtenção de dados científicos confiáveis, o que se
traduz em uma melhor qualidade de vida para os homens e os animais.
As diretrizes para o uso de
animais de laboratório são norteadas pelo Conselho Nacional de Controle de
Experimentação Animal (CONCEA) e todos os projetos que envolvem animais
precisam ser aprovados por uma comissão de ética no uso de animais. Deve-se
constar nesses projetos informações sobre médico veterinário responsável
técnico devidamente registrado no CRMV.
O profissional que deseja
atuar com animais de laboratório deve conhecer a biologia e a etologia da
espécie animal com a qual ele vai trabalhar para evitar o manejo inadequado que
pode gerar maus tratos por falta de informação. Sabe-se que o conhecimento
obtido apenas na graduação em Medicina Veterinária ou Zootecnia não é
suficiente para atuar com determinadas espécies, que possuem necessidades
específicas.
Camundongos, por exemplo, são
diferentes de ratos, de hamsters e de outros roedores. Portanto, conhecer a
fundo a biologia do animal significa aproveitar melhor todos os dados que a pesquisa
pode oferecer e garantir o bem-estar dos animais. Atualmente é possível fazer
pesquisa sem causar dor e sofrimento aos animais, pois todos os projetos seguem
rigorosos princípios éticos que regem o uso de animais em pesquisa, ensino e
testes, como explicou a presidente da Comissão de Bem-estar Animal do CRMV-GO.
A programação do
evento procurou contemplar o maior número de áreas nas quais animais são
utilizados em pesquisa, ensino e testes como: responsável técnico em biotérios,
patologia de animais usados em pesquisa, leis e animais, bem-estar na
experimentação com animais de produção, dor e sofrimento de animais em pesquisa
e alternativas ao uso de animais. Foram convidados palestrantes nacionais e
internacionais de renome que trabalham nas mais diversas áreas, como Pat
Turner, presidente da Associação Mundial de Veterinária, Kathryn Bayne,
diretora do Serviço de Acreditação Internacional (AAALAC) e Bryan Howard,
ganhador dos maiores prêmios na área da Ciência de Animais de Laboratório. Veja
mais informações sobre este evento em www.sbcal2018.com.br.
O tema central do congresso
será: Um continente em busca de uma melhor ciência – uma visão
transdisciplinar.