Coronavírus
17 de março de 2020 – Atualizado em 23/10/2024 – 11:39am
A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que, até o momento, não há evidência significativa de que animais de estimação possam ficar doentes ou transmitir o novo coronavírus (Covid-19). Mesmo assim, a recomendação é de que as pessoas infectadas evitem o contato com seus cães e gatos.O médico-veterinário e tesoureiro do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), goiano Wanderson Ferreira, explica que, por enquanto, não há comprovação científica de que os animais transmitam para o homem e, até hoje, o entendimento é de que os animais não são suscetíveis ao novo coronavírus (Covid-19).Existe um tipo de coronavírus que atinge o trato gastrointestinal de cães, podendo desencadear um processo de diarreia e vômito. Mas o homem é resistente a ele e não tem nada a ver com o Covid-19, que ataca as vias respiratórias. É a Coronavirose Canina, com vacina disponível no mercado pet.Governo de Goiás publica decreto sobre funcionamento de estabelecimentosO CRMV-GO orienta, segundo o Decreto Estadual 9637/2020, válido a partir de 19 de março: – Estabelecimentos veterinários (consultórios, clínicas e hospitais) têm função não só para o bem-estar dos animais, mas também para saúde humana no controle de zoonoses, consequentemente os atendimentos médico-veterinários são essenciais para saúde pública e bem-estar da população. Assim, a manutenção dos atendimentos deve ocorrer com rigor máximo no que se refere aos cuidados sanitários. – É prudente que esses estabelecimentos suspendam os atendimentos clínicos e cirúrgicos eletivos, restringindo-se às urgências e emergências. É muito importante que informem à população sobre a decisão. – Pacientes já internados devem continuar seus tratamentos até a alta médico-veterinária. – Os serviços como petshops, casas agropecuárias e fábricas de ração são essenciais para disponibilidade de alimentos e medicamentos aos animais, portanto, essas empresas podem ficar abertas. Vale lembrar que o sistema de delivery pode ser usado como alternativa para de vendas, a fim de evitar os atendimentos presenciais. – Os serviços de estética animal, como banho e tosa, neste momento de crise, podem ser considerados como não essenciais e devem ser suspensos até que a situação normal se reestabeleça. – Os médicos veterinários, enquanto profissionais de saúde, devem informar a população sobre não haver comprovação de infecção de animais com o SARS-CoV2, porém os animais podem transportar o vírus, sendo importante manter a higiene quando há o contato direto com os animais de estimação. – Os medicamentos e as vacinas utilizadas em animais não tratam e não protegem contra COVID-19. Os médicos veterinários devem zelar pela informação adequada à população.- Os médicos veterinários e zootecnistas devem auxiliar no combate de informações falsas e têm o dever de informar adequadamente a população sobre os cuidados necessários de prevenção da COVID-19. Relembramos que diariamente a situação geral será reavaliada e a qualquer momento o posicionamento poderá ser redefinido.Orientações do CFMVO atendimento a distância continua proibido, conforme determina o Código de Ética do Médico-Veterinário. A consulta clínica deve ser presencial, seja no consultório ou em domicílio, mas, sempre que possível, de forma restrita, individualizada, reduzindo aglomerações.O Conselho Federal ainda orienta que os profissionais sejam mais severos com a higienização dos ambientes, limpando o recinto a cada atendimento. Limpar principalmente o mobiliário e os utensílios que tiveram contato direto com o animal ou com o tutor, como mesas, bancadas, instrumentos, cadeiras e tudo que foi utilizado durante o atendimento dos pacientes. As recepções também devem intensificar a limpeza.HigienizaçãoOs responsáveis técnicos dos estabelecimentos veterinários devem manter e reforçar a rotina de higienização que já é exigida e preconizada pela legislação. Devem usar água sanitária ou amônia quaternária, desinfetantes clássicos utilizados na limpeza rotineira das unidades de saúde. Além disso, a Vigilância Sanitária indica que seja usado o álcool 70% no atendimento clínico dos animais, substância com alto poder de desinfecção.Para higiene pessoal do profissional, a recomendação também é de manter o procedimento padrão de lavar as mãos e os antebraços com água corrente e sabão, antes e após os atendimentos. A OMS recomenda o uso de máscaras somente para pessoas com sintomas e, sempre que possível, disponibilizar álcool em gel. Nas cirurgias, manter o processo padrão de assepsia.Informações oficiaisConsulte o site oficial do Ministério da Saúde sobre o assunto: saude.gov.br/novo-coronavirus e acompanhe as informações oficiais sobre como prevenir o contágio, boletins epidemiológicos, plano de contingência, entre outras informações, inclusive para profissionais de saúde.Baixe o aplicativo gratuito “Coronavirus SUS” e informe-se! Tem dicas, contatos das unidades de saúde mais próxima e muita informação sobre prevenção.Assessoria de Comunicação do CFMV, com adaptações do CRMV-GO.Matéria relacionada:INFORMAÇÕES FALSAS SOBRE VACINAS JÁ CHEGAM AOS CONSULTÓRIOS VETERINÁRIOS