Queima de fogos de artifício: prática nociva para a saúde animal e humana
5 de dezembro de 2023 – Atualizado em 23/10/2024 – 11:41am
Com a chegada das festas de final de ano é muito comum que, durante as comemorações, haja a queima de fogos de artifício e a soltura de artefato pirotécnico estampido, associando a prática momentos de alegria. Entretanto, os fogos de artifício são nocivos, perigosos e invasivos, trazendo sérios riscos aos animais, à população e ao meio ambiente.
Com base em estudos científicos, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) defende que fogos de artifícios com estampidos sejam proibidos e gradativamente substituídos por fogos sem ruídos em todo território nacional. De acordo com o CFMV, já há comprovação científica dos danos irreversíveis para animais e seres humanos causados por artefatos pirotécnicos de efeito sonoro ruidoso e, por isso, recomenda-se a utilização de fogos visuais, que trazem luzes e cores e não produzem efeitos sonoros acima do volume recomendado.
Em Goiás, há a proibição de queima, soltura e manuseio de fogos de artifício e de artefatos pirotécnicos de alto impacto ou com efeito de tiro, conforme a Lei Estadual nº 21.657 de 25 de novembro de 2022.
Dicas para animais domésticos
1. Mantenha seu animal identificado. Se ele fugir, tem maior chance de ser encontrado. Registre seu número de telefone e e-mail na coleira do animal. Pode bordar, colocar plaquinhas gravadas, microchip e até mesmo escrever a mão em fitas de tecido.
2. Deixe seu pet ficar perto de você, pois sua presença é reconfortante em momentos de tensão.
3. Prepare o ambiente e acostume seu animal a um espaço fechado, que abafe o som dos fogos. Pode ser um quarto, lavanderia ou garagem. Não deixe seu pet em sacadas, perto de piscinas ou em correntes.
4. Coloque música e use essências relaxantes no ambiente. Pergunte ao médico-veterinário de sua confiança sobre ferormônios que reduzem o estresse.
5. Prepare um espaço tipo “toca” para seu cão ou gato. No caso de cães pode ser embaixo de camas ou caixas de transporte. Gatos geralmente gostam de se refugiar em locais altos, como sobre armários, prateleiras e nichos. Coloque nesta “toca” objetos com o seu cheiro, especialmente se ele não estiver na sua companhia.
6. Nas tardes dos dias 24 e 31 deixe seu pet cansado. Passeie com seu cão, faça corridas, leve para brincar com outros cães. Também brinque com seu gato, provoque corridas e pulos. Os exercícios e o cansaço deixarão seu pet mais relaxado e possivelmente menos preocupado com os barulhos.
7. Não devemos deixar ração à vontade para os cães. Se você alimenta seu cão duas vezes por dia, o alimente pela manhã normalmente e prepare brinquedos recheáveis com as comidas preferidas dele para fornecer próximo da hora de maior intensidade dos fogos. Ossos naturais bem grandes, para evitar engasgamentos, podem ser opções. O objetivo é que ele esteja motivado a se entreter com os brinquedos e fique menos preocupado com o barulho.
8. Seu pet realmente se desespera com o barulho? Ele tem convulsões, atravessa janelas ou portas ou destrói paredes? Neste caso o uso de medicamentos pode ser a melhor opção. Fale com um médico-veterinário e esteja preparado.
9. Desensibilize seu pet. Existem técnicas de treinamento para fazer com que cães e gatos sofram menos com o barulho de fogos. Fale com um profissional e treine seu pet para o minimizar o sofrimento no próximo fim de ano.
O CRMV-GO ressalta a importância da conscientização quanto à prática nociva da queima de fogos de artifício e desincentiva a ação visando, principalmente, o bem-estar dos animais, de crianças, idosos, pessoas com deficiência e toda a população.