Agosto Verde Claro: Conscientização sobre a Leishmaniose Visceral
5 de agosto de 2024 – Atualizado em 23/10/2024 – 11:41am
No mês de agosto, a campanha “Agosto Verde Claro” se dedica à conscientização, prevenção e combate à Leishmaniose Visceral, uma doença grave que afeta tanto animais quanto humanos.
Conforme a Comissão de Saúde Única do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Goiás (CRMV-GO), a Leishmaniose Visceral, também conhecida como Calazar, é causada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida pela picada de fêmeas infectadas de flebotomíneos, popularmente conhecidos como “mosquito-palha”. Esses insetos se desenvolvem em locais úmidos e ricos em matéria orgânica, tornando-se uma ameaça tanto para humanos quanto para cães.
Transmissão e Diagnóstico
A transmissão da Leishmaniose Visceral ocorre exclusivamente através da picada do mosquito-palha infectado. Os cães são a principal fonte de infecção para o agente transmissor. Para que a doença afete humanos, o mosquito precisa picar um cão infectado e, em seguida, uma pessoa saudável.
É importante destacar que a doença não é transmitida por contato direto entre cães e humanos.
A doença manifesta-se de maneiras distintas em cães e humanos, com sintomas que variam em intensidade e gravidade.
Em cães, os principais sinais clínicos são:
Fraqueza
Feridas na pele
Lesões nos olhos
Crescimento das unhas
Falta de apetite
Emagrecimento
Vômitos
Já nos seres humanos, os principais sinais clínicos são:
Inchaço do abdômen
Anemia
Palidez da pele
Indisposição
Febre
Emagrecimento
Dada a gravidade dos sintomas e a progressão da doença, é crucial buscar atendimento médico ou veterinário ao primeiro sinal de suspeita. O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são fundamentais para controlar a doença e melhorar a qualidade de vida do paciente, seja ele humano ou animal.
Em caso de suspeita, dirija-se a uma Unidade de Saúde Pública para a realização dos exames necessários. O SUS oferece exames gratuitos tanto para humanos quanto para cães suspeitos de estarem infectados.
No Brasil, o tratamento está disponível no SUS apenas para humanos. Cães diagnosticados com Leishmaniose Visceral podem ser tratados na rede veterinária particular, mas é importante notar que não existe cura parasitológica para os cães. O acompanhamento veterinário deve ser contínuo ao longo da vida do animal, com tratamentos que reduzem a carga parasitária e o potencial de infecção para os flebotomíneos.
Prevenção e Conscientização
A prevenção da Leishmaniose Visceral envolve medidas que visam reduzir o risco de infecção tanto em humanos quanto em cães. Essas medidas se concentram em controlar a população do mosquito-palha, vetor da doença, e proteger os indivíduos em áreas endêmicas.
Medidas de prevenção para cães:
Uso de coleira repelente (deltametrina 4%)
Evitar locais com aglomerações caninas.
Medidas de prevenção para humanos:
Evitar áreas de mata
Utilizar repelente em regiões com transmissão confirmada
Optar por usar mangas compridas, calças e sapatos fechados
Não se expor nos horários de atividade do vetor (crepúsculo e noite).
Medidas para o controle de vetores:
Manter a limpeza de quintais, terrenos e praças
Não deixar lixo acumulado e acondicioná-los corretamente
Recolher folhas, fezes de animais, madeiras e restos de alimentos
Evitar criação de porcos e galinhas em área urbana.
Notificação Compulsória
A Leishmaniose Visceral é uma doença de notificação obrigatória.
De acordo com a Instrução Normativa Mapa nº 50/2013 e a Portaria de Consolidação nº 4/2017, médicos-veterinários devem registrar os casos confirmados ou suspeitos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Em Goiás, a Superintendência de Vigilância em Saúde – Coordenação Estadual de Zoonoses está à disposição para orientação e acompanhamento de casos suspeitos.