Febre Maculosa: casos recentes, sintomas e prevenção
19 de junho de 2023 – Atualizado em 23/10/2024 – 11:40am
Casos
Recentemente, o Brasil registrou um aumento no número de casos confirmados e suspeitos de Febre Maculosa. Segundo o Ministério da Saúde, até a última quarta-feira (14), foram confirmados 53 casos da doença, com oito óbitos, este ano. A maior concentração de casos, cerca de 30, é verificada nas regiões Sudeste e Sul, e de maneira geral ocorrem de forma esporádica, tendendo a surgir nos meses mais frios do ano, acompanhando os ciclos populacionais de carrapatos-estrelas jovens.
A Fazenda Santa Margarida, em Campinas (SP), foi o epicentro recente dos casos. Até a tarde da última quinta-feira (15), oito mortes foram confirmadas, todas de pacientes que estiveram presentes em um evento da fazenda. Vale ressaltar que, apesar da ocorrência frequente no estado de São Paulo, há novos casos suspeitos em outros estados, como Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Em Goiás, nos últimos cinco anos, houveram apenas cinco casos de Febre Maculosa, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). Quatro diagnósticos ocorreram em 2019 e 2020, dois em cada ano. Enquanto em 2022, apenas um caso. Por fim, sem ocorrência em 2023.
A doença
A Febre Maculosa, também conhecida como “doença do carrapato”, é uma infecção febril de gravidade variável que acomete e pode levar a óbito tanto humanos como alguns animais.
É transmitida pela picada do “carrapato-estrela” (Amblyomma sculptum), popularmente conhecido como mucuins, carrapato-de-cavalo ou vermelhinho. Essa espécie de carrapato pode ser encontrada em animais de grande porte, como capivaras e cavalos, cães, aves domésticas e roedores, e tem como seu principal agente etiológico a bactéria Rickettsia rickettsii.
Esse tipo de carrapato é comum na região do Cerrado e em áreas degradadas da Mata Atlântica, com presença mais recorrente na beira de rios.
A Febre Maculosa não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa. A infecção acontece após o carrapato ficar fixado na pele do paciente por ao menos quatro horas. O período de incubação da doença é de 2 a 14 dias.
Sintomas
Como dito, a transmissão de febre maculosa ocorre a partir do contato direto com o carrapato transmissor e o período de incubação possui variação de cerca de 12 dias. Por isso, é importante considerar as exposições ocorridas nos últimos 15 dias antecedentes ao início de sintomas.
Os sintomas da febre maculosa podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta, o que requer atenção redobrada na observação e diagnóstico.
Conforme o Ministério da Saúde, os principais sintomas da doença são:
Febre alta e súbita;
Dor de cabeça intensa;
Náuseas e vômitos;
Diarreia e dor abdominal;
Dor muscular constante;
Inchaço, vermelhidão ou erupção no local da picada;
Gangrena nos dedos e orelhas;
Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando parada respiratória.
Prevenção
A Febre Maculosa é grave e com alta letalidade, sem vacina para prevenção. No entanto, é possível reduzir significativamente o risco de contrair a doença. O ideal é evitar estar em locais onde haja exposição a carrapatos ou adotar algumas medidas para quando estiver visitando alguma dessas regiões silvestres, de mata, fazendas, trilhas ecológicas ou de vegetação alta.
Confira indicações preventivas do Ministério da Saúde, em caso de visita a locais de risco:
Utilizar roupas claras;
Utilizar calças compridas;
Utilizar botas;
Prender a barra da calça à meia com fita adesiva ou elástico;
Fazer uma busca pelo carrapato e removê-lo imediatamente do corpo
Utilizar repelentes, principalmente os que tenham como princípio ativo DEET, IR3535 e Icaridina.
Além dessas medidas, o ministério alerta para que as pessoas verifiquem se há presença de carrapatos sobre suas roupas ou pele a cada duas horas, removendo-os imediatamente para reduzir o risco de transmissão da doença. Após o uso, todas as peças de roupas devem ser colocadas em água fervente por 5 minutos, para a retirada dos carrapatos.
Caso encontre carrapatos aderidos ao corpo, é importante que a remoção seja feita com uma pinça ou no banho com bucha vegetal, nunca somente com os dedos. O Ministério da Saúde também recomenda não esmagar ou queimar o carrapato, evitando a liberação de bactérias.
É importante ressaltar que o carrapato-estrela não é o carrapato normalmente encontrado no cão. No entanto, cães e gatos também podem ser acometidos por esse parasita, desde que frequentem áreas infestadas. Para animais domésticos ou demais animais que mantenham contato com humanos, é importante manter o controle preventivo de ectoparasitas (pulgas e carrapatos), sempre sob orientação de um Médico-Veterinário.
Fonte: Ministério da Saúde, Governo de Goiás, Governo de São Paulo.