Plenária Nacional
25 de novembro de 2022 – Atualizado em 23/10/2024 – 11:40am
CRMV-GO participa dos debates sobre o futuro da medicina veterinária na IV Câmara Nacional de Presidentes, realizada em Cuiabá, no Mato Grosso.
O Presidente do CRMV-GO, Rafael Vieira, destaca que o encontro é uma oportunidade de trocar experiências e alinhar as ações para o fortalecimento da profissão em nível nacional.
“Já tivermos duas discussões importantes sobre mercado de trabalho e a necessidade de profissionais em determinadas áreas, distintas das áreas de clínicas e pequenos animais, os veterinários que atuam na área de produção animal. “
“Também tivemos uma excelente palestra realizada pela Comissão de Ensino do Conselho Federal, que trouxe uma perspectiva de como estão os cursos brasileiros e a necessidade de melhorias, traçando estratégias de ação para que a gente consiga ter uma qualidade de ensino que preparem médicos veterinários para o mercado de trabalho capazes de entregar à sociedade uma qualidade de serviço. “ Médico-Veterinário, Rafael Vieira.
Por dois dias, 24 e 25 de novembro, os presidentes de 27 Regionais discutem diversos temas relacionados a Medicina Veterinária e Zootecnia. Além disso, a pauta contém propostas como a Marca Única do Sistema, Nova Cédula de Identidade Profissional, Missão/Visão e Valores.
Sobre a qualidade do ensino da medicina veterinária, um levantamento realizado pelo colegiado e apresentado nesta quinta-feira (24) mostra que a oferta de cursos na área teve um crescimento exponencial de 1.575%, saltando de 32 para 536 em pouco mais de 40 anos, de acordo com dados obtidos no Ministério da Educação (MEC). O número é superior aos 320 cursos oferecidos mundialmente.
O mesmo levantamento aponta que a maioria dos cursos em funcionamento estão nas universidades privadas e com fins lucrativos (281). Entretanto, são essas mesmas instituições as que possuem menor avaliação no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Entre as 215 instituições analisadas pela comissão a maioria das instituições privadas possuem notas conceito entre 1 e 3.
Além do vertiginoso crescimento na oferta de vagas, a qualidade dos cursos foi apontada como a grande preocupação da Comissão do Conselho Federal que avalia o ensino da Medicina Veterinária no país. Entre os anos de 2019 e 2022, 40 propostas de novos cursos foram analisadas pela comissão e todos tiveram parecer desfavorável à abertura de vagas. “A comissão não aprova, mas o MEC autoriza a abertura do curso”, explica Maria José de Sena, presidente da Comissão Nacional de Ensino da Medicina Veterinária. O resultado desse descompasso entre a avaliação do CFMV e do MEC é que “não teremos como saber se, no futuro, os profissionais estarão fora do mercado por falta de oferta de vagas ou pela qualidade ruim do curso de graduação”, alerta a professora Maria Clorinda Fioravanti, que integra a CNEMV do Conselho Federal.
Deliberações
Com o resultado do levantamento a Comissão Nacional de Ensino da Medicina Veterinária vai solicitar ao CFMV, entre outras questões, protocolar uma ação civil publica pedindo a suspensão da abertura de novos cursos de Medicina Veterinária e a paralisação da oferta de novas turmas em instituições com conceito inferior a 3 no Enade. “Nosso compromisso é sair dessa câmara com a ‘carta de Mato Grosso’, documento assinado por todos os presidentes dos regionais e pelo Conselho Federal relatando todos os pontos elencados no estudo feito pela Comissão de Ensino que dão sustentação para o diálogo com o Congresso Nacional e com o Ministério da Educação”, finalizou o presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida.
Assessoria de Comunicação CFMV