Saúde Pública Veterinária

15 de julho de 2019 – Atualizado em 23/10/2024 – 11:39am

                 O CRMV-GO encaminhou ofício aos prefeitos dos 246 municípios de Goiás para esclarecer sobre algumas atividades
desempenhadas pelo médico-veterinário que são de extrema importância para a
promoção da chamada Saúde Única, tríade indissociável entre saúde animal, humana e ambiental.

          No
ofício, o CRMV-GO ressaltou que a Medicina Veterinária surgiu, em primeira
instância, como uma área do conhecimento promotora da saúde dos animais para tentar diminuir prejuízos causados pelas enfermidades que os atingiam. Com o passar do tempo e o surgimento da medicina veterinária
preventiva, houve um incremento da luta do homem contra as enfermidades que
colocam em risco a saúde dos animais e as doenças humanas adquiridas pelo
estreito convívio entre eles, as chamadas zoonoses.

            Desta
forma, o médico-veterinário é um sanitarista
em essência. Esse profissional possui um papel fundamental na saúde pública e pode ser inserido em diferentes atividades, desde a
gestão e o planejamento em saúde até a atribuição mais tradicional, como a vigilância
epidemiológica, sanitária e ambiental. 

              O campo de ação do
médico-veterinário na saúde pública é muito amplo, pois abrange não somente a
proteção animal e ambiental, como também a promoção da saúde humana por meio do
combate a doenças zoonóticas e a segurança sanitária dos produtos de origem
animal. As principais atribuições do médico-veterinário na saúde pública são:

a. Diagnóstico,
controle e vigilância em zoonoses;

b. Estudo sobre
substâncias tóxicas e venenos provenientes dos animais considerados
peçonhentos;

c. Inspeção de
alimentos e vigilância sanitária; atuando em algumas áreas que são exclusivas
de sua profissão;

d. Planejamento
e organização de projetos de controle populacional de animais;

e. Atuação nos
Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF).

                 De acordo com o Ministério da
Saúde, a responsabilidade para a execução de atividades de controle animal é
dos municípios, por meio dos órgãos de saúde pública ou órgãos específicos de controle de zoonoses, em municípios com maior infraestrutura. A responsabilidade
de promover a prevenção, vigilância e o controle de zoonoses foi delegada às
Unidades de Vigilância de Zoonoses (UVZs), estruturas físicas e técnicas
vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). SAIBA MAIS AQUI.

                 A UVZ é responsável por
desenvolver ações, atividades e estratégias para a vigilância e o controle das
zoonoses, das doenças transmitidas por vetores e dos agravos causados por
animais peçonhentos e que tem como enfoque a vigilância e o controle de
vetores, hospedeiros, reservatórios, amplificadores, portadores, suspeitos ou
suscetíveis às zoonoses e de animais peçonhentos. Portanto, é obrigação legal
ter o médico-veterinário como responsável técnico e só dessa forma garantir a
prevenção e promoção da saúde. CLIQUE AQUI E CONHEÇA AS ATIVIDADES DO CENTRO DE ZOONOSES DE GOIÂNIA.

                Atualmente, há uma demanda crescente
da população sobre controle, cuidados e bem-estar dos animais de companhia. O CRMV-GO recebe muitos
comunicados de profissionais que estão sendo contratados por prefeituras para
participarem de campanhas de castração, devido à pressão da sociedade e de
algumas organizações não governamentais (ONGs). Desta forma, o profissional médico-veterinário passou a ser peça fundamental no planejamento e organização de projetos de controle populacional de animais, ao abranger não só o ato da castração, mas também campanhas educativas sobre posse responsável, identificação dos
animais, programas de adoção, entre outras ações.

              Para a execução de campanhas de
castração, existe a obrigatoriedade de envio de projeto ao CRMV-GO para aprovação,
conforme a  Resolução CFMV nº 962/2010, que normatiza os “Procedimentos de Contracepção de Cães e Gatos em Programas de Educação em Saúde,
Guarda Responsável e Esterilização Cirúrgica com a Finalidade de Controle
Populacional”. O projeto deve ser enviado com antecedência mínima de 60 dias do início da ação de esterilização. SAIBA MAIS AQUI.

                 Outra possibilidade de atuação
importante é no NASF, trabalhando em
conjunto com equipes multidisciplinares na atenção básica à saúde da população. Juntamente com o documento enviado aos prefeitos, o CRMV-GO anexou material informativo contendo explicações em detalhes sobre a
atuação do médico-veterinário no NASF desde 2011. SAIBA MAIS AQUI.

                 De acordo com o presidente do
CRMV-GO, Méd. Vet. Olízio Claudino da Silva, a intenção do ofício é estimular
as prefeituras a viabilizar esforços no sentido de inserirem médicos-veterinários no seu corpo administrativo para que possam desempenhar essas importantes funções, com o
objetivo de preservar a saúde da população, dos animais e atender o princípio da Saúde Única. Cada vez mais os gestores públicos municipais têm
estruturado equipes de saúde incluindo médicos-veterinários para atender
prioridades identificadas nos seus levantamentos epidemiológicos e conforme as
necessidades locais. “O CRMV-GO quer estimular esse processo em Goiás levando em consideração o quadro atual no Brasil com registros de doenças infecciosas emergentes e reemergentes”, destacou o presidente.            Sendo assim, é um profissional imprescindível para regiões
endêmicas atingidas pela leishmaniose, leptospirose, dengue, zyka, influenza, febre maculosa, febre do Nilo ocidental, hantavirose, mayaro,
chikungunya, raiva, toxoplasmose, febre amarela, entre outras.ACESSE AS PALESTRAS DO I SEMINÁRIO DE SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA DO CENTRO-OESTE REALIZADO NO CRMV-GO

ACESSE A PÁGINA DO NASF NO MINISTÉRIO DA SAÚDE