Temperatura de vacinas
16 de março de 2020 – Atualizado em 23/10/2024 – 11:39am
O CRMV-GO, em
parceria com as distribuidoras de produtos veterinários, comunica a importância da conservação adequada das vacinas utilizadas na rotina profissional. A
publicação da Resolução CFMV nº 1275/19 trata sobre as condições de
funcionamento de estabelecimentos veterinários, e normatiza as boas práticas
nesses locais. Uma das exigências é possuir equipamento adequado para o
armazenamento e conservação dos imunobiológicos com aferição de temperatura e
registro em planilha diária. A
vacinação tem como finalidade reduzir a morbimortalidade causada pelas doenças
previníveis por meio da imunização. Para manutenção da qualidade da vacina é
necessária uma cadeia de frios eficiente, que compreende o armazenamento,
conservação, distribuição, transporte, e manipulação dos imunobiológicos. Em
fiscalizações realizadas pelo CRMV-GO, foram verificadas diversas
irregularidades, como temperaturas elevadas ou congelamento, ausência de
termômetro, alimentos na geladeira junto com as vacinas e medicamentos,
ausência de planilha de controle de temperatura e até mesmo desconhecimento do
profissional durante a leitura do termômetro. As autuações por essas
irregularidades são de R$ 3 mil dobrados na reincidência até R$ 24 mil, além da
possibilidade de abertura de processo ético-disciplinar para averiguação da
atuação do Responsável Técnico (RT) do estabelecimento. Listamos
as recomendações, conforme o Manual da Rede de Frio do Ministério da Saúde: – A temperatura da geladeira deve estar entre 2°C
e 8º C. – Equipamento deve
ser de uso exclusivo para acondicionamento de vacinas e medicamentos, sendo
proibida a guarda de alimentos ou outros produtos. Deve-se evitar a manutenção
das vacinas na porta do equipamento. – O termômetro comumente utilizado é o de
registro de máxima, mínima e de momento. No próprio manual há exemplos e como
utilizá-los. Termômetros com visor externo são mais adequados, pois não há a
necessidade de abertura da geladeira para verificação da temperatura. – Instalação do refrigerador fora de fontes de
calor e distante 20 cm da parede. – O degelo a cada
15 dias ou sempre que necessário (nesse caso considera-se a camada de gelo no
interior do congelador, a qual não deve ultrapassar a 0,5 cm). – A geladeira e o
termômetro devem passar por verificações e calibrações frequentes. – A utilização de tomada exclusiva para o
refrigerador. – O termômetro deve
ser resetado toda vez que foi aferida a temperatura, para que se tenha noção
das temperaturas máxima e mínima durante esse intervalo. – Recomendado que
na tabela contenha: data da aferição, hora, temperatura mínima, máxima e de
momento e assinatura de quem verificou, sendo feita no mínimo duas aferições ao
dia. – Durante os finais
de semana ou feriados, em que não há ninguém para a realização da conferência
do termômetro, principalmente em consultório, o profissional deve adotar
medidas de segurança, e o ideal, e mais confiável, é a aquisição de sistema
informatizado de controle de temperatura, para que consiga obter informações em
sistema eletrônico. Assim, em casos de picos de energia ou problemas na
geladeira, o profissional tem ciência imediata do ocorrido e pode tomar as
medidas cabíveis a tempo, evitando prejuízos decorrentes de perda de produtos.
Na impossibilidade de um sistema eletrônico de controle, pode-se zerar o
termômetro na última aferição do dia e, no dia de retorno, verificar as
temperaturas desse intervalo. Se houver desvio das temperaturas estabelecidas,
devem ser tomadas as medidas cabíveis, como descarte adequado dos produtos. – O uso de nobreak é importante para que os
produtos permaneçam na temperatura adequada, mesmo em caso de falta de energia,
evitando prejuízos.
Faça a sua parte! O médico-veterinário é um dos elos mais
importantes desta cadeia e deve garantir que os produtos sejam de qualidade e
seguros para a prevenção de doenças nos animais, mantendo a credibilidade e
confiança que conquistou com seu trabalho e excelência.