Aplicação de hormônios aves é MITO!
14 de dezembro de 2023 – Atualizado em 23/10/2024 – 11:41am
Na busca de uma opção saudável para a ceia de final de ano, muitos consumidores se preocupam com um velho e conhecido boato a respeito da tradicional estrela das refeições brasileiras: afinal, as aves são mesmo criadas com hormônios? Os amantes da carne de frango, peru e outros produtos avícolas podem ficar sossegados, pois a relação não passa de um mito.
O uso de hormônios na produção de aves é proibido no Brasil desde 2004, de acordo com a Instrução Normativa 17/2004 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No entanto, uma década depois da proibição, a falácia continuava a ganhar força, levando o Mapa a permitir que as empresas do setor avícola desmentissem o rumor nas suas embalagens. Desde 2014, os produtores de carne de aves podem estampar em seus produtos a mensagem “sem uso de hormônio, como estabelece a legislação brasileira”.
A crença popular de que a carne de ave tem hormônios costuma ser associada à clara diferença entre os animais criados hoje e no passado. Atualmente, um frango atinge a fase apropriada para o abate em cerca de 40 dias, menos da metade do tempo que era necessário para a criação de uma ave há alguns anos. O hormônio, no entanto, não tem nada a ver com o rápido crescimento do animal.
A mudança está relacionada ao melhoramento genético das espécies – uma prática que existe há séculos na criação de diversas espécies de animais. Foi por meio dessas técnicas que se produziram as variedades de frango mais robustas e ricas em carne magra, especialmente populares nas ceias de final de ano. A prática não representa qualquer risco à saúde, e que a carne de ave geneticamente melhorada é segura para o consumo.
Fatos que comprovam a falácia
1. É proibido: A Instrução Normativa nº 17 de 2004 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, proíbe a administração, por qualquer meio na alimentação e produção de aves, de substâncias com efeitos tireostáticos, androgênicos, estrogênicos ou gestagênicos, bem como de substâncias ß-agonistas, com a finalidade de estimular o crescimento e a eficiência alimentar.
2. Monetariamente inviável: administrando 01 miligrama/kg a um frango de engorda, o custo seria tão alto que ultrapassaria o valor da ave, o que não tem nenhum sentido do ponto de vista comercial.
3. Trabalhoso: os hormônios direcionados à deposição de tecido muscular possuem característica proteica. Se usados na ração (como muitos pensam que é), esta proteína, ao entrar no trato digestivo da ave, seria digerida como qualquer outra proteína, não tendo o efeito desejado, ou seja, se tivesse que ser usado, teria que ser injetado, o que resultaria em grande mão de obra devido a quantidade de animais nas granjas, tempo gasto seria elevado, além do estresse causado aos animais já que teriam que ser apanhados.
O ponto chave para o sucesso da avicultura está numa pirâmide chamada NUTRIÇÃO, GENÉTICA e MANEJO, áreas de atuação do Zootecnista.
Fontes: CFMV, Agroceres Multimix, Agrimídia, CompreRural e Mapa.