Teoria do Elo: Ciclos de violência doméstica e maus-tratos aos animais
A Teoria do Elo ou Teoria do Ciclo da Violência é definida como a relação entre entre os maus-tratos aos animais e a violência contra grupos vulneráveis, especialmente mulheres, crianças e idosos. As agressões aos animais não surgem isoladamente. A violência contra o animal é reconhecida como um sinal de problema no ambiente familiar, um alerta de ocorrência de violência doméstica.
O “elo” se caracteriza pelo abuso dirigido ao animal como parte de uma dinâmica familiar de violência, que contribui para submeter as outras pessoas mais vulneráveis a um ambiente de medo e submissão.
Os maus-tratos aos animais estão, intimamente, relacionados com a violência interpessoal humana, predominante no contexto familiar e direcionada contra crianças, jovens, idosos e mulheres. Esses, junto com os animais de companhia, constituem um grupo vulnerável relacionados à Teoria do Elo.
Conforme pesquisas apontam, mais da metade das mulheres vítimas de agressão por homens relatam que seus pets também foram agredidos por esses mesmos homens, na maioria dos casos, agressões feitas na presença dessas mulheres (Padilha, 2011).
Além disso, cerca de 27,1% de adultos que, na idade infantil, sofreram violência doméstica foram também responsáveis por maus-tratos aos animais. (McEwen et al., 2014). E ainda, mais de 90% dos agressores de animais possuem histórico de cometerem outras infrações penais. (Levitt et al., 2016).
Os comportamentos agressivos identificados pela Teoria do Elo ou do Ciclo da Violência se iniciam quando uma criança ou adolescente é vítima constante de abuso ou de violência, ou é testemunha dessas situações, dirigidas a ela mesma, a outras pessoas vulneráveis e a seus animais. Crescendo nesse ambiente abusivo, e como resultado dele, essa criança ou adolescente desenvolve uma dinâmica de comportamento de abuso e maus-tratos aos animais e, quando mais madura, esse comportamento é ampliado às pessoas, especialmente as mais vulneráveis.
Canais de Denúncia
O Conselho Regional de Medicina Veterinaria do Estado de Goiás (CRMV-GO) ressalta que ciclos de violência devem ser quebrados, a premissa popular de que “em briga de marido e mulher não se mete a colher” é falaciosa. Uma denúncia pode salvar mais de uma vida!
Polícia Militar – Ligue 190
Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180
Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Goiânia) – Ligue (62) 3201-2801/2802/2807
Delegacia do Meio Ambiente (DEMA) – Ligue (62) 32012632 ou 32012606.
Fontes: Cães e Gatos, Escola de Veterinária da UFMG, CFMV.