Descarte Consciente de Resíduos de Serviços de Saúde Animal
A conscientização ambiental é uma responsabilidade que abrange todas as profissões, especialmente aquelas que lidam diretamente com a saúde e o bem-estar dos seres vivos. Médicos-veterinários e zootecnistas, por sua atuação junto a animais e a saúde pública, possuem um papel crucial na preservação do meio ambiente, que vai muito além dos cuidados clínicos e da gestão da saúde animal. Uma das práticas que refletem essa responsabilidade é o descarte adequado dos resíduos gerados nos serviços de saúde animal.
O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde Animal Simplificado (PGRSSA) é uma cartilha desenvolvida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária com o objetivo de orientar profissionais médicos-veterinários e zootecnistas sobre a legislação ambiental relacionada à Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) e as boas práticas de manejo de resíduos nos estabelecimentos prestadores de serviços em saúde animal.
De forma didática, a publicação explica como acondicionar cinco tipos de resíduos e ainda dá exemplos de itens em cada grupo: infectantes, químicos, radioativos, comuns e perfurocortantes. Também fornece as planilhas do Plano de Gerenciamento Simplificado que servem para auxiliar o responsável técnico dos serviços de saúde animal a identificar os resíduos e a fazer o controle da destinação adequada e orienta sobre a segurança e a saúde do trabalhador envolvido na gestão dos resíduos.
Classificação dos Resíduos e Seus Riscos
Os resíduos gerados em clínicas veterinárias, laboratórios de diagnóstico e outros serviços de saúde animal podem ser classificados em várias categorias, cada uma com sua forma de acondicionamento específica:
Resíduos Biológicos Infectantes: Esses materiais, que incluem carcaças, curativos e resíduos clínicos, contêm agentes biológicos que podem causar infecções. Para evitar a contaminação, eles devem ser armazenados em sacos plásticos impermeáveis de cores branca leitosa ou vermelha, dependendo do risco de contaminação.
Resíduos Químicos: Produtos hormonais, medicamentos controlados e outros resíduos químicos representam uma ameaça significativa à saúde pública e ao meio ambiente. O acondicionamento adequado desses resíduos deve ser feito em sacos plásticos impermeáveis de cor laranja ou em recipientes rígidos, ambos com a devida identificação.
Resíduos Radioativos: Materiais que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites estabelecidos pelas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) são classificados como resíduos radioativos. Estes devem ser acondicionados em recipientes especiais, seguindo as rigorosas normas da CNEN, para garantir a segurança no descarte.
Resíduos Comuns: Resíduos como restos de alimentos, papéis e absorventes, que não apresentam riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, devem ser descartados em sacos plásticos impermeáveis de cor preta.
Resíduos Perfurocortantes: Materiais que contêm cantos, bordas ou pontas rígidas e agudas, capazes de cortar ou perfurar. Lâminas, seringas, agulhas e outros materiais perfurocortantes precisam ser acondicionados em recipientes rígidos, como caixas de papelão ou plástico na cor amarela, devidamente identificadas. Este cuidado é essencial para evitar acidentes e ferimentos durante o manuseio e descarte.
Responsabilidade Profissional
A correta gestão desses resíduos não é apenas uma questão de cumprimento legal, mas também de responsabilidade ética e profissional. Ao seguir as diretrizes do PGRSSA, médicos-veterinários e zootecnistas demonstram seu compromisso com a proteção do meio ambiente e a saúde pública.
O CRMV-GO reforça que o descarte consciente é parte fundamental do trabalho dos profissionais da saúde animal. A adesão rigorosa a essas práticas não só previne a contaminação e os danos ambientais, como também reflete a integridade e a ética dos profissionais envolvidos.
Fonte: CFMV.